terça-feira, 25 de agosto de 2009

Tradição pela culinária




Tradição pela culinária


Uma família vinda da Síria, assim como muitas outras que desembarcaram em Santos, buscava uma nova vida no Paraná. Viveram aqui uma história comum aos colonizadores do Norte Pioneiro nas décadas de 30 e 40.
Estes imigrantes trouxeram consigo uma cultura tradicional, com suas crenças e incontestáveis costumes. Muitas tradições se perderam, como as línguas. Mas a comida se tornou um elemento de identidade.
Mesmo que se queira mudar alguma coisa na receita, a sua avó vai descobrir que algo foi adulterado. É incrível. No preparo do quibe cru é essencial saber o ponto do trigo para uni-lo à carne, mas ninguém nunca explica que ponto é esse. Por incrível que pareça alguém da nova geração nascerá com a mão para o quibe, ou ao menos se espera.
Uma vez virei para o meu pai e perguntei até quando deveria amassar o trigo para misturar na carne. Ele me respondeu que não saberia dizer, que a “mensagem” vinha de dentro. Achei estranho e perguntei para minha avó.
A resposta: “Até não sentir mais o trigo”, o que a meu ver é impossível. Conclusão, não se sabe o ponto, simplesmente se sente a hora de parar. Deve ser uma questão de sorte, ou dom.
Como a minha, muitas famílias se encontram no dilema de qual membro levará adiante anos de tradição. Corre-se o risco de pular gerações perdendo-se algumas características. Mas é realmente importante ter alguém que mantenha os tradicionais temperos e costumes.
Seria muito bom se não apenas as comidas carregassem os nomes orientais. Mas que outros costumes, como a religião e língua, continuassem enriquecendo curiosa a cultura brasileira.


Fonte: Comunicare. Texto: Ana Paula Scorsin


Um forte abraço


Osmar Guimarães Teixeira Jr

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