segunda-feira, 18 de maio de 2009

ADMINISTRAÇÃO - COMPORTAMENTO


Como Você Vê o Ser Humano?



Este artigo do Sr. Wagner Siqueira, que é Administrador de Empresas, e membro da Academia Brasileira de Ciências da Administração, e membro do Conselho Consultivo da FGV-Empresa, vale a pena ser lido com muita atenção por todos os Empreendedores.Quando nos relacionamos com as pessoas, nos deparamos com muitas situações de dificuldade. Normalmente nossos mecanismos de defesa nos fazem sempre transferir aos outros, dificuldades que são nossas. Lei a e pense a respeito.



O clima de relacionamento do Administrador com sua equipe de trabalho não é determinado apenas pelas políticas e normas praticadas pela organização, ou exclusivamente pelo seu estilo gerencial, mas também pela maneira, muitas vezes sutil e inconsciente , de como ele percebe o comportamento do ser humano na situação de trabalho individual ou coletivo.


Você já parou para refletir sobre a sua visão do ser humano?

Qual é em sua opinião a essência do ser humano?


É, por natureza, interessado ou interesseiro? Leal ou falso? Grato ou ingrato? Empenhado ou comodista? Trabalhador ou preguiçoso?

São poucos os administradores que chegam a formular com nitidez a maneira como vêem as pessoas na situação de trabalho.


Quando chamados a isto, eles adotam uma posição sobretudo contraditória.. Muitos afirmam que as pessoas que cooperam com eles são responsáveis, enquanto os que competem com eles são oportunistas.


Isto revela um preconceito, pois estabelece uma predisposição distinta para cada indivíduo e estratifica a dualidade e até a pluralidade da natureza humana.

No entanto, muito pelo contrário, a natureza humana é permanente e universal, como afirma com sabedoria Levy Strauss.


Apenas reagimos de maneira diferente a estímulos apreendidos em decorrência de processos de socialização a que somos expostos nas muitas etapas de nossas vidas.


Talvez a maioria dos administradores concorde com esta formulação, mas só uma ínfima minoria comporta-se de acordo com ela. É grande a defasagem entre o dizer e o fazer, a intenção e a ação, a teoria e a prática, os valores proclamados e os valores reais, a palavra e o gesto.

E é exatamente aí que residem muitas distorções praticadas pelo Administrador em interação com sua equipe.


Estou convencido de que muitas políticas e práticas adotadas nas organizações são conflitantes com a natureza humana. Na verdade, o importante não são tanto as práticas adotadas por uma organização, mas o conjunto de suposições ou de pressupostos que se adota sobre o comportamento do ser humano no trabalho.


A forma de pensar condiciona significativamente o comportamento. A teoria, ou seja, o conjunto de concepções e de pressupostos sobre a vida tem uma importância decisiva na maneira como cada Administrador percebe o mundo e assim se comporta.


Os Administradores são extremamente susceptíveis a reações emocionais não conscientizadas que interferem na sua ação como líderes de pessoas e de equipes, líderes de programas e tomadores de decisão.


O mundo dos negócios é avesso à expansão do profissional enquanto indivíduo e pessoa. Não raro, sufoca os sentimentos e os considera demonstrações de fraqueza ou de amadorismo ou, o que é pior, cada vez mais desumaniza as organizações e as transforma em verdadeiros feudos empresariais habitados por homens e mulheres sem alma.


O ser humano é racional, mas que só é capaz de realizar-se em toda sua inteireza se admitir como natural a influência das emoções e das suposições inerentes ao seu comportamento.


A ação do ser humano é constituída por razão e emoção em permanente processo de influência recíproca.


Dificilmente um Administrador procederá a uma avaliação serena e justa de quaisquer circunstâncias se não estiver consciente dos pressupostos que estimulam a sua visão sobre a natureza humana no trabalho e na vida em geral.


As pessoas são psicológicas, não são lógicas como os computadores.

As diferentes dimensões da gestão empresarial são peças de uma só engrenagem.


As concepções dos dirigentes sobre o comportamento dos recursos humanos a seu dispor formam a cultura prevalecente das relações

organizacionais.


Portanto, a questão essencial, que deve ser levada em conta por aqueles que exercem nas organizações os papéis e funções gerenciais, consiste em tornar claras as suas idéias, implícitas ou explícitas, conscientizadas ou não, de como obter resultados através de pessoas.


Devemos ter sempre presente que muitas das idéias e práticas dominantes no mundo dos negócios são inteiramente inadequadas aos anseios, às expectativas, aos conhecimentos e aos valores dos profissionais da atualidade, da mundialização da economia, da globalização planetária e da valorização do capital intelectual.


Esquecer disso nos leva, como conseqüência inescapável, a resultados cada vez mais pífios no desempenho das organizações.



Publicado em www.poniwas.com

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